Com presença de governadores e lideranças da direita, ato em São Paulo reforça disputa interna por apoio de Bolsonaro para 2026 — enquanto o ex-presidente insiste em candidatura própria.
A manifestação marcada para este domingo, às 14h, deve reunir os principais nomes da direita brasileira em São Paulo. Sobre o trio elétrico montado na Avenida Paulista, são esperadas falas de figuras como os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PR), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o senador Rogério Marinho, o deputado federal Nikolas Ferreira e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O evento, que terá como pauta central a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, ocorre em meio a uma disputa velada entre os próprios aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao menos cinco deles — Michelle, Tarcísio, Zema, Ratinho e Ronaldo Caiado — têm interesse declarado ou nos bastidores em disputar a Presidência da República em 2026 com o apoio de Bolsonaro. O ex-presidente, no entanto, segue afirmando que tentará reverter sua inelegibilidade e concorrer ele mesmo ao cargo.
Dois dias antes da manifestação, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, esteve em Salvador para lançar sua pré-candidatura ao Planalto. No evento, a anistia aos presos do 8 de Janeiro também foi defendida por seus aliados. Um dos que abordaram o tema foi o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Lava Jato.
O próprio Caiado já se posicionou publicamente a favor da anistia. Em entrevistas e nas redes sociais, o governador sustenta que o próximo presidente deve seguir o exemplo de Juscelino Kubitschek e “virar a página” dos julgamentos, em nome da pacificação do país.
A manifestação deste domingo será mais um termômetro da força de Bolsonaro e dos seus potenciais herdeiros políticos — todos de olho no pleito presidencial do ano que vem.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Isabella Finholdt/Especial Metrópoles