Assassinatos de duas estudantes em diferentes cidades italianas pressionam governo a reconhecer oficialmente o feminicídio no sistema penal
Dois assassinatos ocorridos em menos de uma semana estão provocando comoção nacional na Itália e reacendendo a discussão sobre crimes motivados por violência de gênero. As vítimas, ambas com 22 anos, eram estudantes universitárias e foram mortas por homens que tinham vínculos afetivos ou obsessivos com elas.
Um dos casos envolve Ilaria Sula, desaparecida desde 25 de março em Roma. Seu corpo foi encontrado dentro de uma mala em uma área de floresta nos arredores de Poli. O ex-namorado, Mark Antony Samson, confessou ter cometido o crime e foi preso. A investigação apontou que ele utilizou o celular da vítima após o desaparecimento, o que levantou suspeitas. Durante o interrogatório, Mark indicou o local exato onde havia escondido o corpo e foi autuado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O segundo caso é o de Sara Campanella, também estudante, morta com um golpe na garganta na cidade de Messina, Sicília. O suspeito, Stefano Argentino, foi capturado horas depois. Ele admitiu o crime, mas não explicou os motivos. A polícia acredita que ele mantinha uma obsessão silenciosa por Sara, que nunca relatou estar sendo seguida.
Ambos os casos destacam a vulnerabilidade de mulheres mesmo em ambientes cotidianos. Segundo dados recentes, cinco mulheres foram assassinadas na Itália por parceiros ou ex-companheiros desde o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.
Diante da crescente violência, a primeira-ministra Giorgia Meloni tem defendido com veemência a aprovação de um projeto de lei que enquadra o feminicídio como crime específico no Código Penal, com punição severa. A proposta, apresentada no início de março, ainda está em análise no Parlamento. A ministra da Igualdade de Oportunidades, Eugenia Roccella, reforçou: “Os acontecimentos recentes mostram que estamos diante de uma emergência. É preciso agir com urgência.”
Autoridades e parlamentares pedem união para aprovar a nova legislação o quanto antes. “É hora de dar um basta”, declarou a senadora Licia Ronzulli. A pressão popular cresce junto com os pedidos por justiça e proteção efetiva às mulheres italianas.
Por: Redação via Itatiaia
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