Quatro nomes da foto com o ex-presidente são cotados para a corrida presidencial de 2026 e disputam apoio do bolsonarismo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderou neste domingo (6) um ato em Brasília pedindo anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O evento contou com a presença de ao menos sete governadores aliados, reforçando a mobilização da direita em torno da narrativa de perdão aos envolvidos na tentativa de golpe.
Entre os presentes que posaram ao lado de Bolsonaro estavam Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR), Jorginho Mello (PL-SC), Wilson Lima (União-AM) e Mauro Mendes (União-MT). A imagem, compartilhada nas redes sociais, simbolizou a união momentânea de lideranças que, ao mesmo tempo, disputam espaço e protagonismo dentro do campo bolsonarista.
Quatro desses governadores são citados como potenciais candidatos à Presidência em 2026 e buscam conquistar o apoio do ex-presidente. São eles: Tarcísio de Freitas, Caiado, Zema e Ratinho Júnior.
Para Marina Lacerda, pesquisadora em Ciência Política na Universidade de São Paulo (USP), a foto reflete uma aliança tática entre nomes que desejam ser herdeiros do capital político de Bolsonaro. “Esses governadores estão disputando a capacidade de serem sucessores de Bolsonaro ou de serem apoiados pelo bolsonarismo nas suas eleições, seja para o governo estadual ou para outros cargos”, afirma.
Apesar da demonstração de unidade no ato, Lacerda ressalta que existem divergências entre os postulantes e que a movimentação em torno da anistia também serve como plataforma de visibilidade para futuras candidaturas. A pesquisadora aponta ainda que o bolsonarismo não tem pressa quanto à tramitação de uma eventual anistia no Congresso: “Não há senso de urgência real. O ato de domingo serve mais para marcar posição e reforçar a narrativa de perseguição”.
Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, se movimenta politicamente para manter sua influência na direita nacional, mesmo diante do avanço das investigações e dos processos judiciais.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução/Instagram/Tarcísio de Freitas