11 de abril é o Dia de Conscientização da doença e especialista explica detalhes sobre ela
Estudos recentes indicam que a prevalência global da doença de Parkinson continua a crescer devido ao envelhecimento populacional. Ela é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo, após o Alzheimer. Afeta cerca de 1% da população acima de 60 anos e 4% acima de 80 anos. A idade média de início é de aproximadamente 60 anos, sendo mais comum em homens do que em mulheres. Estima-se que o Parkinson afete cerca de 200 mil pessoas no Brasil.
Para chamar atenção para a causa, 11 de abril é o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson. O neurologista Iron Dangoni Filho, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, lembra que nem todo paciente que treme tem doença de Parkinson. “Existe um tremor extremamente comum e que acontece com pacientes até mais jovens, que é o tremor essencial. Outras causas conhecidas de tremor são ansiedade, neuropatia, medicamentos, assim como outros parkinsonismos”.
O especialista explica quando a enfermidade inicia e quais são seus sinais. “Geralmente a doença de Parkinson se inicia entre 50 e 60 anos, sendo que 25% de todos os casos são diagnosticados com menos de 65 anos. Os principais sintomas são tremor (geralmente ao repouso e começa em apenas uma mão), rigidez muscular (os músculos ficam mais enrijecidos causando dores e limitação dos movimentos), bradicinesia (que é uma lentidão dos movimentos) e instabilidade postural (que leva a uma dificuldade para manter o equilíbrio, aumentando risco de quedas)”.
Casos precoces
Iron Dangoni Filho pontua que existem casos em que a enfermidade pode aparecer antes da idade média estimada. “Quando aparece precocemente é chamada inclusive de doença de Parkinson de início precoce. Ela pode ocorrer antes dos 50 anos e, em casos mais raros, até antes dos 40 anos. Esse tipo de Parkinson geralmente tem um componente genético mais forte e pode estar associado a mutações em genes como PARK2 (parkin), PARK7 (DJ-1) e PINK1”.
Segundo o neurologista, não existe uma prevenção exata para o Parkinson. “Não há uma forma garantida de prevenir a doença, pois suas causas ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, estudos sugerem que alguns hábitos podem reduzir o risco ou retardar o desenvolvimento dela como, por exemplo: atividade física regular; alimentação saudável; consumo moderado de cafés e chás; evitar exposição a toxinas como herbicidas, pesticidas e metais pesados; manter o cérebro ativo com estímulos cognitivos, sempre aprendendo algo novo; uma boa qualidade do sono e controle de estresse”, elenca.
Já as formas de se tratar o Parkinson são variadas. “Atualmente existem diversas abordagens medicamentosas com o intuito de aumentar a disponibilidade de Dopamina. Existe a possibilidade de abordagem cirúrgica em casos selecionados com implante de DBS, que é um eletrodo que faz estimulação cerebral profunda, agindo em regiões específicas do cérebro para melhor controle dos sintomas. E mais recentemente tem-se disponível o HIFU (High Intensity Focused Ultrasound), que se baseia em um tratamento não invasivo com aplicação de ondas de ultrassom de alta intensidade”, explica o especialista.
Por: Redação PD
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