Com trajetória marcada pela simplicidade e cuidado com os mais vulneráveis, Francisco enfrentava desafios de saúde nos últimos anos, mas manteve o compromisso com a missão até seus últimos dias.
O Papa Francisco, o primeiro pontífice originário do continente americano, encerra um capítulo marcante da história da Igreja. Desde que assumiu o comando do Vaticano em 2013, ele se destacou por sua postura acessível, voltada à justiça social e ao acolhimento dos mais necessitados.
Nos últimos anos, o estado de saúde de Francisco começou a inspirar preocupações. Episódios de gripe, infecções respiratórias e quedas dentro de sua residência oficial afetaram sua mobilidade, obrigando-o a utilizar bengala e, em ocasiões mais exigentes, cadeira de rodas.
Em fevereiro deste ano, chegou a ser hospitalizado para tratar um quadro de bronquite. Ainda assim, mantinha boa parte de sua rotina ativa, realizando audiências e encontros mesmo de sua residência na Casa Santa Marta.
Origens e vocação
Nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, Francisco era filho de imigrantes italianos e o primogênito de cinco filhos. Sua formação começou na área da química, mas logo trilhou o caminho religioso, com estudos em filosofia, teologia, e uma carreira como educador antes de ser ordenado sacerdote em 1969.
Avançando rapidamente dentro da Igreja, foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires, depois arcebispo, e por fim cardeal, escolhido pelo então Papa João Paulo II em 2001.
Como arcebispo, Bergoglio era conhecido por sua vida modesta e dedicação às periferias. Desenvolveu um projeto pastoral focado na evangelização e no cuidado com os marginalizados — característica que levaria para o papado anos depois.
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Pontificado e sucessão
Francisco assumiu o lugar de Bento XVI, que renunciou em 2013, citando fragilidade física. Em janeiro de 2023, foi Francisco quem celebrou a cerimônia fúnebre do papa emérito.
Mesmo com limitações físicas em 2024, Francisco afastava publicamente a ideia de renunciar. “Ainda tenho energia para seguir adiante”, afirmou na época, descartando qualquer decisão iminente de deixar o cargo.
Agora, sua morte representa o encerramento de uma era. Um papa que simbolizou inclusão, simplicidade e diálogo, deixando uma marca profunda no catolicismo moderno.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução/CNN Brasil