Alta é puxada por aumento na busca por trabalho, mas número de desocupados é o menor para janeiro a março desde 2012, segundo o IBGE
A taxa de desemprego no Brasil subiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice ficou acima do registrado no trimestre anterior, encerrado em dezembro (6,2%), mas ainda representa o menor patamar para o período de janeiro a março desde o início da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
O recorde anterior para o período havia sido registrado em 2014, quando a taxa marcou 7,2%. Em comparação com o mesmo trimestre de 2024, quando o índice era de 8,8%, houve melhora de um ponto percentual.
Segundo o IBGE, o aumento na desocupação entre o fim de 2024 e o início de 2025 se deve principalmente ao crescimento no número de pessoas que voltaram a buscar emprego. O contingente de desocupados cresceu 13,1% na passagem trimestral, atingindo 7,7 milhões de pessoas — 891 mil a mais que no trimestre anterior. Apesar disso, houve redução de 10,5% no número de desempregados em relação ao mesmo período do ano passado.
A coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, explica que o resultado reflete um movimento sazonal comum nos primeiros meses do ano. “De modo geral, o aumento da taxa no primeiro trimestre costuma acontecer, por ser um período de maior procura por vagas após o fim dos contratos temporários de fim de ano”, afirmou.
Setores mais
No recorte por setores, a pesquisa identificou redução significativa no número de ocupados entre o final de 2024 e março de 2025 nos seguintes segmentos:
Construção civil: menos 397 mil ocupados;
Alojamento e alimentação: menos 190 mil;
Administração pública, educação e saúde: menos 297 mil;
Serviços domésticos: menos 241 mil.
Ao todo, o número de ocupados caiu 1,3 milhão no trimestre. Mesmo assim, Beringuy afirma que o cenário geral do mercado de trabalho não sofreu deterioração: “A redução na ocupação não comprometeu negativamente o panorama, uma vez que ainda há melhora em relação ao ano anterior.”
A metodologia da Pnad Contínua considera como desocupadas apenas as pessoas que não estão trabalhando e que tomaram alguma iniciativa para encontrar uma vaga. Indivíduos que não estão empregados, mas também não estão buscando trabalho ativamente, não entram no cálculo da taxa de desemprego.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo/Divulgação