Após ataque que causou lesões no rosto da dona, animal foi encaminhado ao centro de zoonoses e passou por eutanásia devido ao comportamento altamente agressivo
Jacke, um cão da raça chow-chow envolvido em um grave episódio de agressão contra sua tutora, foi submetido à eutanásia pela Secretaria Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal de Ji-Paraná (RO). O procedimento foi realizado após avaliação técnica que apontou risco elevado à integridade física de servidores e outros animais da instituição.
O caso aconteceu no início de abril, quando Natani Santos, de 35 anos, teve parte do lábio arrancado pelo cachorro. Ela passará por uma cirurgia de reconstrução, feita pelo projeto do cirurgião Raulino Brasil, que já reabilitou dezenas de pessoas desde 2021.
O marido da vítima, Tiago, relatou que decidiu entregar o cão às autoridades por temer pela segurança dos filhos. Ele também autorizou a eutanásia, caso fosse considerada necessária.
“Eu levei ao centro, me pediram 10 dias para investigar se se tratava de raiva ou algum outro problema. Quando voltei lá, me informaram que ele não estava comendo havia três dias, se recusava a levantar e tentou atacar algumas pessoas”, relatou.
Segundo a secretaria, o animal ficou em observação por cinco dias, demonstrando comportamento hostil e imprevisível. Apesar de exames descartarem a presença de raiva ou outras doenças, a medida extrema foi adotada para evitar novos incidentes.
A nota oficial destacou que a ação foi tomada “na necessidade de preservar a integridade física dos servidores, da população e de outros animais, em respeito à proteção da saúde pública e às normas éticas vigentes”.
A repercussão do caso gerou hostilidade contra a família nas redes sociais. Tiago afirmou que Natani autorizou a entrega do cão, mas não sabia do sacrifício.
“Ela está sendo massacrada na internet, recebe mensagens absurdas no privado em sua rede, quando é a maior vítima de tudo. Ela está com medo de andar na rua”, disse.
Natani contou que viveu com o cão por cinco anos e que, momentos antes do ataque, ele deu sinais de alerta.
“Ele rosnou, eu me afastei e ele mordeu e se encolheu na mesma hora. Era como se tivesse entendido que fez algo errado”, descreveu.
A técnica de enfermagem desabafou sobre o trauma:
“Por eu ser da área da saúde, consigo lidar com o ferimento. Mas não ter mais o meu animal e não ter mais estrutura psicológica para tê-lo perto de mim está mexendo muito comigo”.
Ela também fez um apelo a tutores:
“Não quero que se desfaçam de seus animais por causa do que aconteceu comigo. Só digo para procurarem um adestrador”.
Vídeos publicados por ela antes do incidente foram analisados por especialistas, que identificaram sinais de posse e ciúmes por parte do cachorro. Segundo Natani, ele chegou a mordiscar a testa de seu filho e tentou atacar sua filha em outra ocasião.
“Muita gente se afastou da minha casa. Não tenho raiva dele, não tenho ódio, não tenho rancor”, finalizou.
Por: Lucas Reis
Foto: Reprodução/Redes sociais