Estado registra aumento de 26,7% nas síndromes gripais leves e 32% nas internações por SRAG. Cobertura vacinal nos grupos prioritários não passa de 22%
Diante do avanço dos casos de gripe provocados pelo vírus H1N1, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) decidiu ampliar a vacinação contra a Influenza para toda a população a partir dos seis meses de idade. A medida foi comunicada às 18 regionais de saúde e aos 246 municípios goianos por meio de nota técnica, permitindo que cada município inicie a imunização conforme sua organização local.
A campanha de vacinação começou em 1º de abril, inicialmente voltada aos grupos prioritários, como idosos, gestantes e crianças pequenas. Passados 45 dias, a cobertura vacinal no estado é de apenas 21,2%, abaixo da média nacional de 24,38%. A baixa adesão preocupa as autoridades, especialmente em meio ao crescimento de casos gripais nas unidades sentinela do estado.
Segundo dados da SES, já há aumento de 26,7% nos atendimentos de casos leves de síndrome gripal nas unidades sentinela desde a segunda semana de março, com predominância do vírus Influenza H1N1 — que tem vacina gratuita disponível no SUS. A elevação desses registros geralmente antecede o agravamento da situação, com mais internações e óbitos.
Até o momento, Goiás contabiliza 4.132 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2025, número 32% superior ao do mesmo período do ano passado. Já são 228 óbitos confirmados. A maior parte dos casos graves ocorre entre crianças menores de 2 anos, enquanto a maioria das mortes é registrada entre idosos.
Monitoramento em tempo real
Como resposta, a SES instalou nesta quinta-feira (15) a Sala de Situação de Doenças Respiratórias, voltada ao monitoramento em tempo real da evolução da SRAG e da ocupação hospitalar na rede estadual. As prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia serão convidadas a integrar o grupo de trabalho, para reforçar a articulação entre as esferas estadual e municipal do SUS.
Goiás conta com 23 unidades sentinela espalhadas pelo estado, com papel essencial na vigilância ativa de doenças respiratórias. Essas unidades permitem o rastreio precoce de alterações no padrão de circulação viral, favorecendo a organização da rede de atendimento. Cinco dessas unidades estão em Goiânia, e as demais em municípios como Anápolis, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Rio Verde, Porangatu, entre outros.
Prevenção e cuidados
A SES reforça a orientação para que a população busque a vacinação o quanto antes, especialmente em um cenário de aumento das infecções. Além disso, recomenda medidas preventivas como cobrir nariz e boca ao tossir, higienizar as mãos com frequência, usar máscara em caso de sintomas respiratórios e evitar aglomerações, sobretudo no caso de crianças pequenas e idosos.
Entre os principais causadores da SRAG estão os vírus Influenza A e B, Vírus Sincicial Respiratório, rinovírus e o SARS-CoV-2. A detecção precoce e a vacinação são ferramentas fundamentais para conter a gravidade e a disseminação dessas doenças no estado.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Marco Monteiro