Após primeiro caso em granja comercial no RS, mais países aderem à restrição; Brasil é o maior exportador mundial da carne
O avanço da gripe aviária no Brasil levou Chile, Uruguai e México a suspenderem as compras de carne de frango brasileira. A decisão ocorre após a confirmação do primeiro caso da doença em uma granja comercial, localizado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, na última quinta-feira (15).
Além dos três países latino-americanos, China, Argentina e União Europeia já haviam anunciado restrições semelhantes, aumentando a pressão sobre o setor avícola brasileiro. O Brasil é atualmente o maior exportador de carne de frango do mundo.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o vírus da gripe aviária não é transmitido pelo consumo de carne ou ovos. Em nota, a pasta reforçou que “a população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados” e que o risco de infecção em humanos é baixo, ocorrendo geralmente em profissionais com contato direto com aves contaminadas.
Apesar das garantias sanitárias, os países importadores adotaram as suspensões como medida preventiva, o que pode gerar impactos significativos na economia brasileira. A exportação de carne de frango representa uma importante fatia do agronegócio nacional.
Emergência zoossanitária
Após a detecção do foco da doença em Montenegro, o governo federal decretou emergência zoossanitária por 60 dias em um raio de 10 km ao redor da granja afetada. Além disso, uma portaria anterior, de abril, já havia estabelecido estado de emergência em todo o território nacional por 180 dias, devido à presença do vírus em aves silvestres.
O MAPA afirmou que as medidas de contenção e erradicação já foram iniciadas conforme o Plano Nacional de Contingência da Gripe Aviária. As ações incluem o abate de aves infectadas, desinfecção das áreas afetadas e restrições de movimentação de animais.
Desde os anos 2000, o Serviço Veterinário brasileiro vem sendo capacitado para lidar com o vírus, com ações contínuas de monitoramento, vigilância epidemiológica, treinamento de profissionais e controle nas fronteiras.
As autoridades esperam que a rápida resposta ajude a conter o surto e retomar a confiança internacional no frango brasileiro.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto:Agência Brasil