Dos casos registrados entre janeiro e abril, três a cada quatro vítimas atendidas estavam em motos
O avanço das motocicletas como meio de transporte acessível tem ampliado sua presença nas ruas — e, infelizmente, também nos prontos-socorros. No Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), em Goiânia, a proporção de motociclistas entre os feridos no trânsito é alarmante: eles representam 75% dos atendimentos relacionados a acidentes no início de 2025.
Entre os meses de janeiro e abril, a unidade hospitalar — referência em urgência e trauma — acolheu 909 pacientes vítimas de acidentes de trânsito. Desses, 678 conduziam ou estavam em motocicletas no momento do ocorrido.
Esse cenário acompanha uma tendência nacional que preocupa especialistas em saúde pública. Dados do Atlas da Violência 2025 mostram que os sinistros envolvendo motos continuam entre os mais letais no país. Goiás figura entre os 15 estados com maior mortalidade nesse tipo de acidente, ocupando o 12º lugar.
Referência em casos graves, o Hugo conta com uma estrutura especializada para tratar politraumatismos. Segundo o coordenador do setor de emergência, Gustavo Moreira, os quadros mais comuns envolvem múltiplos ferimentos.
“O Departamento de Emergência do Hugo está preparado para oferecer suporte integral a esses casos, independentemente do tipo de veículo envolvido. Na prática, observamos uma alta incidência de motociclistas entre os pacientes com quadros graves”, disse.
A diretora médica da unidade, Fabiana Rolla, destacou a excelência da equipe e da estrutura para lidar com esse tipo de demanda:
“Contamos com uma equipe altamente capacitada e em constante aprimoramento, além de recursos voltados para o atendimento emergencial de alta complexidade. Nosso compromisso é garantir a melhor assistência possível, com agilidade e qualidade, especialmente em casos que exigem resposta rápida e multidisciplinar”, pontuou.
Por: Lucas Reis
Foto: SES