Governador de São Paulo ressalta força do bloco político e reforça intenção de disputar reeleição no Estado
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou na noite desta quinta-feira, 22, que partidos de centro e de direita estarão unidos para enfrentar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. A declaração foi feita durante evento na Vila Olímpia, zona oeste da capital paulista, que marcou a filiação ao PP do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
“Se alguém duvida que esse grupo vai estar unido no ano que vem, eu digo para vocês: esse grupo estará unido. Esse grupo vai ser forte, tem projeto para o Brasil e vai fazer a diferença”, discursou Tarcísio, ao lado de lideranças como Gilberto Kassab (PSD), Antônio Rueda (União Brasil), Ciro Nogueira (PP), Renata Abreu (Podemos) e Valdemar Costa Neto (PL).
Em sua fala, Tarcísio criticou indiretamente o governo Lula, afirmando que “tem muita gente perdida lá em Brasília” e que as decisões são tomadas “de forma casuística e até irresponsável”. Em contraste, destacou a união e o projeto do grupo de centro-direita que, segundo ele, “pensa Brasil 24 horas por dia”.
Embora cotado como possível candidato à Presidência, Tarcísio tem reiterado que pretende disputar a reeleição ao governo paulista. Aliados próximos avaliam que sua participação nas articulações nacionais visa fortalecer o projeto político do grupo, mas não necessariamente sua candidatura ao Planalto.
O evento contou com mais de 500 participantes, entre deputados, senadores, prefeitos e vereadores de vários Estados. A presença de presidentes de partidos que integram ou apoiam o governo federal reforçou o simbolismo da união de forças da centro-direita.
Apesar da defesa enfática da unidade, lideranças como Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto mantiveram a aposta na candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência. Ao ser questionado sobre um eventual apoio a Tarcísio, Ciro respondeu: “Nós vamos passar a defender legitimamente o nome do Derrite ao governo”.
Derrite, que retorna ao PP após passagem pelo PL, é apontado como forte candidato ao Senado na chapa de Tarcísio em 2026. Ele destacou que, em conversas privadas, o governador nunca mencionou intenção de concorrer à Presidência, mas admitiu que “o cenário pode mudar e nada está descartado”.
“O Tarcísio, sem dúvida alguma, tem todas as qualidades para ser o melhor presidente da história. Agora, o projeto dele é, de fato, a reeleição”, afirmou Derrite.
A ausência do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que articula nos bastidores para suceder Tarcísio, foi minimizada. Segundo Derrite, Nunes enviou mensagem parabenizando pela filiação. Já o presidente da Alesp, André do Prado (PL), também cotado para disputar o governo paulista, marcou presença, mas não discursou.
O PP aposta na projeção nacional de Derrite como referência em segurança pública, tema central da sua atuação. O partido quer que ele lidere discussões sobre endurecimento penal e participe de seminários pelo país.
As movimentações sinalizam o avanço das articulações políticas com vistas a 2026, com o fortalecimento de um bloco de centro e direita que mira, inicialmente, a reeleição de Tarcísio e, eventualmente, uma disputa presidencial.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto:Divulgação/Republicanos