Prefeito de Anápolis aparece em grupo de WhatsApp que orientava ataques políticos; caso será analisado pelo Tribunal de Justiça de Goiás
A Polícia Civil de Goiás investiga o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), por suposta participação em publicações difamatórias realizadas pelo perfil anônimo “Anápolis na Roda”, conhecido por atacar adversários políticos, empresários e lideranças religiosas da cidade.
Segundo inquérito conduzido pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic), o nome do prefeito surgiu após a análise do celular do ex-secretário de Comunicação, Luís Gustavo Rocha, preso na Operação Máscara Digital e exonerado na semana passada.
Perícia forense revelou a existência do grupo de WhatsApp “Café com Pimenta”, onde estariam Márcio Corrêa, Rocha e o jornalista Denilson Boaventura, também investigado. O relatório menciona uma mensagem atribuída ao prefeito: “Bora soltar essa no Anápolis na roda 3”, considerada pelos delegados Luiz Carlos Cruz Filho, Marcos Adorno e Leonilson Sousa como indício de instigação ou direcionamento das publicações.
Diante do envolvimento de uma autoridade com foro especial, a Polícia Civil encaminhou o caso ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, que decidirá sobre o prosseguimento das investigações. Os delegados destacam que, mesmo na fase inicial, há indícios de possível participação direta do prefeito no esquema.
A extração dos dados foi realizada pelo CyberGaeco, núcleo do Ministério Público de Goiás especializado em crimes cibernéticos, com validação de três padrões internacionais de integridade digital, assegurando a autenticidade das provas.
A investigação ainda pretende cruzar outras postagens feitas pelo “Anápolis na Roda” com registros do grupo de WhatsApp, buscando identificar se outros agentes públicos participaram do esquema, que, segundo a polícia, vitimou cerca de 50 pessoas.
Márcio Corrêa e os demais investigados não se pronunciaram oficialmente até o momento.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução