Deputada foi condenada a 10 anos de prisão e anunciou que está na Europa; STF também solicitou inclusão na lista da Interpol
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar foi sentenciada a uma pena de 10 anos de reclusão e, nesta semana, declarou publicamente que deixou o Brasil.
“No caso de CARLA ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”, escreveu Moraes.
A decisão do ministro atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que considerou a viagem da deputada uma tentativa de escapar da Justiça. A Câmara dos Deputados será notificada e deverá decidir se mantém ou revoga a medida.
Em entrevista à Rádio Auriverde, Zambelli afirmou que se encontra na Europa. Segundo ela, a saída do país foi motivada por questões de saúde, embora também tenha alegado ser vítima de “perseguição judicial” após a condenação.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, sustentou que a medida cautelar visa assegurar a aplicação da legislação penal, e solicitou ainda a inclusão do nome da deputada na difusão vermelha da Interpol, além da suspensão de seu passaporte.
De acordo com investigações, Zambelli teria cruzado a fronteira com a Argentina pela cidade de Puerto Iguazú, próxima a Foz do Iguaçu (PR), antes de seguir para Buenos Aires e, posteriormente, viajar aos Estados Unidos.
O advogado Daniel Bialski confirmou que foi informado da viagem e alegou que a deputada partiu “para dar continuidade a um tratamento de saúde”. Ele também informou que, “por motivo de foro íntimo”, deixou a defesa de Zambelli.
Apesar de ter tido o passaporte apreendido em 2023, o documento foi devolvido pelo STF. A parlamentar saiu do país antes do encerramento do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar na perda do mandato e na prisão. A condenação está relacionada à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil