Deputada licenciada teve recurso rejeitado por unanimidade; ela fugiu do Brasil e está na Itália
Nesta sexta-feira (6), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou, de forma unânime, o recurso apresentado pela deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), mantendo sua condenação a 10 anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 2023.
Todos os ministros acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes, que classificou o recurso como uma tentativa de “protelar” a conclusão do processo. “Assim, considerando o caráter manifestamente protelatório do presente recurso, evidenciado pela mera reprodução de argumentos anteriormente apresentados, é de rigor a certificação do trânsito em julgado”, justificou Moraes.
Com isso, a decisão entra em fase final, sem possibilidade de novos recursos, e a execução da pena deve acontecer imediatamente. A Justiça determinou ainda a perda do mandato parlamentar de Zambelli, embora o ato dependa de formalização por parte da Câmara dos Deputados.
O julgamento foi realizado de forma virtual e contou com votos de Luiz Fux, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Zambelli, que foi para os Estados Unidos após a condenação, agora está em Roma, onde chegou nesta semana. Por ter dupla cidadania, o caso poderá envolver pedido de extradição.
Também foi negado o recurso de Walter Delgatti, responsável por executar tecnicamente o ataque cibernético. Ele foi condenado a 8 anos e 3 meses. Os dois deverão pagar, juntos, R$ 2 milhões em indenizações.
Zambelli ainda responde a outro processo no STF, pelo episódio em que sacou uma arma e perseguiu um jornalista durante as eleições de 2022. Nesse caso, o placar parcial é de 6 a 0 pela condenação a 5 anos e 3 meses.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil