Ex-ajudante de ordens critica desigualdade de consequências após inquérito da PF; defesa afirma que ele não utilizou redes sociais no período das mensagens
O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta segunda-feira (16) um áudio que seria do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, no qual ele desabafa sobre os impactos das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. A declaração teria sido enviada via Instagram, quando Cid estava judicialmente proibido de acessar redes sociais.
No áudio, ele diz: “O Braga Netto, quatro estrelas, chegou ao topo… reserva. General Heleno, chegou ao topo… reserva. Presidente, ganhou milhões aí em Pix, chegou ao topo. Tudo bem, todo mundo no mesmo barco. E quem que se f? Quem perdeu tudo? Fui eu”**.
As conversas teriam sido registradas por Eduardo Kuntz, advogado que representa outro investigado no mesmo caso. Ele anexou os prints das mensagens — trocadas entre 29 de janeiro e 13 de março — à ação penal no STF, acompanhados de uma ata notarial com 51 páginas.
Cid também disse, em tom de desabafo: “Pega a vida de todo mundo, todo mundo tá enrolado, vê quem se f, vê quem se ferrou, quem perdeu a carreira, quem teve o pai, a esposa, a família toda investigada. Até a sogra falecida há 10/15 anos foi investigada.”**
Apesar das provas apresentadas pela defesa de Marcelo Câmara, os advogados de Cid afirmam que as mensagens divulgadas pela imprensa são falsas e que o militar “teve todos os celulares apreendidos”.
No próprio STF, ao ser interrogado e questionado sobre o perfil @gabrielar702, Cid respondeu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa.”
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Ton Molina/STF