Governador destaca trajetória de recuperação financeira do Estado e alerta para cenário fiscal crítico no país
Quando assumiu o governo de Goiás em 2019, Ronaldo Caiado encontrou um Estado falido, com contas no vermelho e dívidas que ultrapassavam os R$ 20 bilhões. Na época, ele chamou a situação de “vandalismo administrativo” e revelou que havia pouco mais de R$ 13 milhões em caixa, valor insuficiente até para quitar os compromissos imediatos.
Aos poucos, Caiado iniciou uma ampla reconstrução. Tomou medidas impopulares, reduziu cargos, reorganizou secretarias e criou programas de controle para tentar salvar o Estado de um colapso total. O desafio era enorme: salários atrasados, hospitais sem insumos e ameaça de interrupção de serviços básicos.
O cenário de Goiás em 2019, segundo o governador, se assemelha ao que o Brasil vive hoje: um país endividado, com baixa capacidade de investimento e dependente de soluções estruturais que vêm sendo adiadas há anos. O próprio Caiado, agora pré-candidato à Presidência, alerta para os riscos de um “Titanic Brasil”, afundando sob o peso das dívidas e da má gestão.
Caiado lembra que Goiás virou referência ao recuperar a capacidade de pagamento, reorganizar as contas públicas e modernizar serviços. “Pegamos um Estado caloteiro e entregamos um governo com credibilidade e superávit”, disse em entrevista recente. Para ele, o próximo presidente precisará fazer no país o que ele fez no Estado: abrir as contas, enfrentar os problemas e buscar soluções reais.
O governador destaca que o Brasil tem hoje uma dívida pública que ultrapassa 76% do PIB, enquanto as despesas obrigatórias consomem quase todo o orçamento. O espaço para investimentos é mínimo, e o déficit fiscal ameaça crescer ainda mais, com projeções de aumento da dívida até 2026.
Caiado também critica a atual relação entre o Executivo e o Congresso, marcada pelas chamadas emendas Pix, que, segundo ele, dificultam uma gestão eficaz. Para o governador, é urgente resgatar a governabilidade no modelo presidencialista e enfrentar de frente temas como previdência, infraestrutura e desigualdade regional.
Com experiência em reverter crises, Caiado se apresenta como alguém que pode liderar esse processo no Brasil. “O que fizemos em Goiás mostra que é possível. O país precisa de coragem, transparência e capacidade de gestão para sair da beira do abismo”, afirma.
Por: Sidney Araújo/Portal Fala Canedo
Foto: Secom