Educadora questionou, em live com a secretária estadual Fátima Gavioli, o direito de professores contratados acompanharem filhos ao médico sem desconto no salário. Secretaria de Educação de Goiás afirma que contrato da professora estava vencido.
Roberta da Silva Batista, professora de geografia de 28 anos, foi desligada do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Santa Bárbara, localizado em Padre Bernardo, quatro dias após questionar publicamente a secretária estadual de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, sobre a falta de abono para professores contratados que precisam levar filhos ao médico. A Secretaria de Educação do Estado de Goiás (Seduc-GO) informou que a demissão se deu pelo vencimento do contrato da docente, negando qualquer caráter de retaliação.
O questionamento foi feito em uma transmissão ao vivo na última quinta-feira (24), durante uma reunião com servidores da rede estadual sobre as mudanças no plano de carreira dos professores. Na ocasião, Roberta perguntou à secretária o motivo pelo qual professores temporários não poderiam abonar faltas mediante atestado para acompanhar consultas médicas dos filhos. A resposta de Gavioli, que se exaltou, repercutiu de forma controversa: “Você não é obrigada a trabalhar. Se é contrato e acha que tem de ter um emprego que libera para ir ao médico, você precisa sair”, disse a secretária, atribuindo a restrição a uma legislação federal.
Roberta afirma que a pergunta foi motivada por um episódio recente, em agosto deste ano, quando precisou acompanhar o filho, de 11 meses, a uma consulta médica. Após entregar o atestado à escola, percebeu no contracheque que o dia fora descontado. “Assim como qualquer outra pessoa, eu fiz a pergunta, e ela respondeu daquele jeito”, declarou a professora, que lamentou o ocorrido.
O contrato de Roberta com a rede estadual teve início em 2018 e foi renovado várias vezes. Em 2023, ela passou por um período de licença-maternidade e retornou às atividades em 2024. A professora expressou surpresa ao ser desligada apenas quatro dias após o questionamento, apontando que colegas contratados há mais tempo continuam ativos.
Em nota, a Seduc-GO reafirmou que não houve perseguição e que a decisão de encerrar o contrato foi técnica, pelo término do vínculo. A secretária Fátima Gavioli, que posteriormente reconheceu que sua resposta poderia ter sido mais adequada, afirmou à imprensa que o episódio não se tratou de retaliação, mas de uma aplicação estrita das regras para servidores contratados.
Nota
“A Secretaria repudia qualquer alegação de perseguição aos profissionais da Educação. Reforçamos que todas as ações adotadas pela gestão têm como princípios o respeito à legislação vigente, transparência nos processos e o compromisso com a valorização da educação em Goiás”
Por: Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais