Ex-secretário e equipe são acusados de irregularidades que teriam causado prejuízo milionário ao sistema público de saúde
O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi liberado neste sábado (7), após o Ministério Público de Goiás (MP-GO) decidir não converter sua prisão temporária em preventiva. Pollara, juntamente com Bruno Vianna Primo, secretário executivo, e Quesede Ayres Henrique, diretor financeiro, havia sido preso durante a operação “Comorbidade”, que apura fraudes administrativas na gestão da saúde pública da capital goiana.
A investigação aponta que os suspeitos teriam autorizado vantagens indevidas em contratos, realizado pagamentos irregulares e desrespeitado a ordem cronológica de repasses. Segundo o MP-GO, essas práticas causaram um prejuízo estimado de R$ 300 milhões, agravando a crise financeira e operacional da saúde pública em Goiânia.
Entre as entidades mais afetadas pelo esquema está a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que acumula uma dívida superior a R$ 121 milhões. A situação gerou a suspensão de atendimentos em maternidades e comprometeu o fornecimento de insumos, além de resultar no aumento de mortes devido à falta de vagas em UTIs.
“Foi identificado o direcionamento de recursos e a realização de pagamentos fora da contabilidade pública, ferindo os princípios da transparência e da legalidade na administração pública”, afirmou o promotor Rafael Correa Costa.
A defesa de Pollara negou qualquer irregularidade e argumentou que ele buscava solucionar problemas estruturais herdados de gestões anteriores. Com uma carreira de mais de 50 anos, Pollara assumiu a pasta com o objetivo de implementar melhorias no sistema de saúde.
Os advogados afirmaram ainda que não há evidências de recebimento de propinas ou subornos, e destacaram que, durante sua prisão, Pollara foi diagnosticado com câncer no rim. Ele agora buscará tratamento médico enquanto acompanha o desenrolar das investigações.
O MP-GO ainda avalia se apresentará uma denúncia formal contra Pollara e os demais investigados. Caso isso ocorra, poderá ser instaurada uma ação penal para apuração mais detalhada dos fatos. Enquanto isso, a saúde pública de Goiânia segue em crise, com reflexos diretos no atendimento à população.
Por: Redação
Foto: Divulgação/DPAG