Passageiros desembarcaram em Manaus algemados, gerando reação do governo federal, que garantiu assistência e transporte digno até Minas Gerais.
O governo federal tomou medidas imediatas para garantir o respeito aos direitos humanos de brasileiros deportados dos Estados Unidos. Após o desembarque de 88 passageiros algemados e acorrentados em Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a retirada das algemas e mobilizou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para concluir o trajeto até Minas Gerais com dignidade e segurança.
Desembarque em Manaus
O voo, organizado pelas autoridades norte-americanas, pousou em Manaus (AM) na noite de sexta-feira, 24, devido a uma necessidade de manutenção imprevista na aeronave. O destino final era o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (MG). No entanto, o cancelamento do restante da viagem expôs os deportados a condições precárias, agravadas pela manutenção das algemas.
Sob orientação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Polícia Federal exigiu a remoção imediata das restrições. O episódio foi classificado pelo ministro Ricardo Lewandowski como um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.
Assistência aos deportados
Para atender aos passageiros enquanto aguardavam a continuidade do voo, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Amazonas (Sejusc) disponibilizou colchões, alimentação, água e atendimento médico. Equipes do Corpo de Bombeiros também foram mobilizadas, garantindo suporte com médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
Com a logística finalizada pelo governo federal, uma aeronave da FAB foi enviada para transportar os deportados até Minas Gerais, assegurando um retorno ao país em condições adequadas.
Voos de deportação: um acordo pré-existente
Apesar das críticas relacionadas às medidas anti-imigração do presidente Donald Trump, o voo integra um acordo firmado em 2017 entre os governos brasileiro e norte-americano. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, cidadãos brasileiros detidos nos Estados Unidos por questões imigratórias e sem mais possibilidades de apelação têm direito a repatriação.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou o posicionamento do governo republicano sobre imigração irregular. Em publicação na plataforma X (antigo Twitter), afirmou: “Os voos de deportação começaram. O presidente Trump está enviando uma mensagem clara: quem entrar ilegalmente nos Estados Unidos enfrentará consequências severas.”
Por: Lucas Reis
Foto: Antonio Lima/Governo do Amazonas