2011, ele renunciou ao Ministério do Trabalho no governo Dilma Rousseff, sob acusações de uso irregular de recursos públicos.
A decisão foi apresentada diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aceitou o pedido. Lupi perdeu força política após a operação da Polícia Federal que investiga cobranças indevidas feitas por entidades diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS.
O esquema foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023. As matérias mostraram como entidades autorizadas pelo INSS aumentaram em até 300% o faturamento com mensalidades cobradas de aposentados, acumulando mais de R$ 2 bilhões em um ano. Muitas dessas associações eram alvo de milhares de processos por fraude nas filiações. A apuração resultou na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que ocorreu em abril e culminou na queda de Lupi e do presidente do INSS.
As investigações apontam um prejuízo potencial superior a R$ 6 bilhões. Documentos analisados pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal levantam suspeitas sobre a extensão do conhecimento de Lupi acerca do esquema, sugerindo omissão.
A trajetória de Lupi no governo já tinha sido marcada por desgaste em 2011, quando, no comando do Ministério do Trabalho, foi acusado de se beneficiar de verbas destinadas a ONGs com contratos no ministério. Na época, ele também optou por antecipar sua saída diante da pressão do governo e da recomendação da Comissão de Ética da Presidência.
Agora, mais de uma década depois, Lupi volta a deixar o governo sob o peso de denúncias, reforçando a crise política em torno do INSS e provocando impactos no já conturbado cenário da Previdência Social.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasi