STF considerou que houve intenção criminosa mesmo com tentativa de devolução
A Justiça condenou Nelson Ribeiro Fonseca Júnior, morador de Sorocaba (SP), a 17 anos de prisão por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Durante a invasão ao Congresso Nacional, ele furtou uma bola de futebol autografada por Neymar, que fazia parte do acervo da Câmara dos Deputados.
Nelson alegou que encontrou o objeto no chão, em meio ao tumulto, e que sua intenção era devolvê-lo. No entanto, ele só procurou a Polícia Militar de São Paulo cerca de 20 dias depois do episódio, o que levantou suspeitas sobre a real motivação do furto.
Para o Supremo Tribunal Federal, a justificativa não convenceu. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que o réu agiu com dolo e que a devolução tardia não anula o crime. Outros ministros, como Cármen Lúcia e Flávio Dino, acompanharam o voto do relator.
A pena foi agravada pela acusação de diversos crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada, furto qualificado e deterioração de patrimônio público. A Procuradoria-Geral da República destacou que o ato teve motivação política e foi parte de um movimento coordenado contra a democracia.
A bola autografada foi recuperada e voltou a ser exibida na Câmara dos Deputados. O caso de Nelson Fonseca virou símbolo de como até pequenos furtos, em contextos violentos e antidemocráticos, carregam peso criminal e político.
Por: Bruno José
Foto: CNN BRASIL